Escute. Me escute nessas linhas!
Todas as histórias de nós, mulheres, são extremamente parecidas, muda-se a cidade, o personagem, mas o roteiro é praticamente o mesmo.
Todas - com exceções óbvias (freiras, monjas e tudo que é religião que consegue afastar o homem da sua vocação carnal e convenhamos, cada um tem sua escolha, mas que estão perdendo, estão) - quem não está? E há mais encontros que desencontros em alguns momentos da vida de cada uma de nós, mulheres, em busca do amor.
O que é o amor? A cada dia penso nisso e percebo que está cada vez distante daquilo que qualquer uma de nós imagina.
Um companheiro, uma troca. De carinho, de tesão, de trabalho - porque não? De vida, etc, etc, etc. Nesses etcs é que somos especialistas.
No mínimo, queremos o que mesmo? Onde nos encaixamos nisso tudo? Porque no fim das contas estamos sempre abrindo exceções, relevando, tendo paciência e acreditando.
Voltando atrás até mesmo quando mentem, pisam, aborrecem e, principalmente, não nos enxergam como as Mulheres Maravilhosas que realmente somos.
Isso mesmo. Com M MAIÚSCULO.
Mas o triste nisso tudo é como tratamos a nós mesmas quando o outro a que nos apegamos e acreditamos não é do jeito que a nossa imaginação gostaria.
Sempre damos um jeito de colocar a culpa em nós mesmas. "Eu sou uma idiota", é a primeira coisa que se pensa quando descobre que aquele outro mentiu, enganou, sacaneou, gozou fora, gozou rápido, largou você com os quatro filhos e foi se encontrar com a outra, transformou você na outra sem largar a outra, etc, etc, etc.
Depois vem o "eu sou burra". Seguido de vagas e sombrias idéias que nem vale a pena citar aqui.
Pois é mulheres. Não venham feministicamente dizer que nunca disseram isso tudo para vosotras mesmas porque é mentira! Nem que seja por míseros segundos a gente acaba se afogando nesses horrorosos pensamentos sobre nós mesmas.
Aí pelo menos é que vem a melhor parte...
"Melhor parte? Depois de se afogar nessa merda toda", vocês devem estar pensando.
Pois "pensem" um pouco mais...
Sim, a melhor parte, é que (pelo menos eu) nós temos AMIGAS.
Que choram, se descabelam igualzinho a nós, enquanto nós (assim espero que você seja) pegamos em suas mãos, afagamos seus cabelos, ou no mínimo olhamos com carinho - não com pena, que quem tem pena é galinha. Que são as primeiras a dizer que o fulano lá "não te merece" ou que no mínimo, como dizem aqui na Bahia "é um descarado".
E mesmo não adiantando falar tudo isso, porque provavelmente você estará no auge do emocional devastado que não se conforma pelo descarado ter que sair da sua vida, elas estão lá.
Amigas... de perto, de longe, de São Paulo, de Brasília, da Bahia, do Rio, olhem só, virtuais, presenciais, de vez em quando, de vez em sempre. De bronca, sorrisos, brigas, tapas metafóricos. De admiração, de força, nunca de muleta. Irmãs, mais irmãs que as parentas da gente...
Não vale a pena sofrer por quem não merece. Aliás, nem se merecesse. Mas vale a pena ao menos para saber que elas, as amigas, existem e estão aí, mas não para simplesmente te tirar do buraco.
Amigas são pra acreditar que existe amor, sim. Pra ligar no meio da tarde dizendo que um cara pediu seu telefone na praia. Pra comentar que o tamanho do pau do cara é menor do que você imaginava mas que ele compensa fazendo o melhor sexo oral que você experimentou, e que te deixa viciada. Pra te dizer que você tá com o olho brilhando e que tá diferente, linda, poderosa. Pra você dizer que seu coração está batendo forte de novo e que você sente que agora vai. Pra dizer com sinceridade "estou feliz porque você está feliz", quando você diz que sente que agora vai.
Amigas estão aqui para te enxergarem. E nos fazer enxergar...
NÃO SE ESQUEÇA, JAMAIS: amigas são principalmente aquelas que te ajudam - e você ajuda - a entender o amor... que o amor não é necessariamente é aquele nhenhenhe de final de novela das oito. Ou aquilo que a tua mãe imaginou pra ti.
Afinal de contas, o que é que une essas mulheres senão o amor?