9 de mar. de 2013

El tiempo y las abuelas

Se eu pudesse embalar seu sono em meu colo,
Se eu pudesse levar vocês de volta à escuridão macia dos líquidos de meu útero,
Seu eu pudesse religar seus corações a um cordão umbilical invisível...

Mas eu só posso amá-las. Chorá-las, tanto...

Não posso entrar em seus gritos escondidos lá no fundo, suas mais profundas tristezas, dentro de seus olhos embaçados pela névoa de seus anos.

Não posso confortar seus ossos.

E não tenho como alterar a rotina do tempo que afeta seus corpos, sua memória.

Eu só posso amá-las. Chorá-las, muito...

Mal as conheço...

Sei tão pouco de suas histórias...

Só posso amá-las.

Amá-las.

Só...

(Para mi abuelas, dueña Dair e dueña Benedita. Las quiero, mucho!)

8 de mar. de 2013

Vá garota!



O video-poema de Karina Rabinovitz - com voz e edição de Raquel Galvão - é uma das intervenções que o coletivo de poetas Outra Primavera criou para homenagear o Dia das Mulheres. 22 poemas de Norte a Sul, em foto, video, desenho e imaginação. Confira cada criação aqui. E aguarde, que daqui a pouco elas inventam outras primaveras de palavras...

4 de mar. de 2013

Pensando na Semana das Mulheres (março, 2013)


Matutando sobre o que escrever para participar do desafio da amiga Raquel Galvão, do blog Outra Primavera, achei que fosse optar por algo erótico mas estou de TPM e com os nervos a flor da pele (leia-se bonjour tristesse). Acabei me deparando com uma dessas reportagens repetitivas sobre a questão da mulher no mundo, e a capa da Istoé desta semana de março de 2013 é sobre a violência. Então chorei... os pingos em gradações diferentes. A transcrição do pema segue abaixo.

"Somos estatísticas,
Números, em nossos sofrimentos.
De cada dez mulheres, sete são agredidas de alguma forma;
E nem sei como chegaram a este esotérico número.
Dóem-me tanto as entrelinhas desses tristes números,
E dói-me mais ainda pensar
Que tantas outras são agredidas sem saber,
Ou agridem ao repetir o ciclo de agressões, de alguma forma.

Minhas palavras por escrito são tão pequeninas como me sinto diante desses números que assustam...
Sete vezes a quantidade de mulheres neste mundo sofrem, e é por isso que agora, choro pequenininhamente, com elas..."