Vencendo a letargia para escrever, um dia após o meu aniversário.
38 anos. Quase enta (quarENTA).
Não nego, rola uma crise... a crise do "ainda".
Ainda não casei. Ainda não comprei um apartamento. Ainda não me firmei na profissão. Ainda não emagreci os quilos que me incomodam. Ainda não entrei no mestrado. Ainda não consegui ficar menos estressada. Ainda não fui pra Índia.
Ainda não fiz metade das coisas que pretendo e desejo fazer...
Ainda não descobri quais coisas realmente quero e quais me impuseram a querer...
Aí me lembro de histórias que tenho lido ultimamente.
De pessoas que se realizaram após os 40 anos.
De um iogue, com mais de 80, flexível como uma vara inquebrável de borracha.
De uma escritora que adoro, Isabel Allende, que começou a escrever de forma mais séria depois dos ENTA e além de rica foi traduzida no mundo inteiro.
De mulheres que foram mães muito tarde.
De mulheres que se assumiram sem a mínima vocação para serem mães, e que nem por isso deixaram de ficar bem.
De outras e de outros que se esforçaram para vencer o medo e simplesmente aprenderam a ler e a escrever já grisalhos. E outros tantos que, nesses tempos de internet, aprenderam a mexer no computador e a conversar com os netos pelo MSN.
É, meus amigos, sinto que os ENTA estão chegando e aconchegando meu coração.
Ainda sou uma menina, tanto a descobrir, a entender. Menina de mente e corpo (me dão 35 anos, no máximo).
Aí me acalmo, e lembro que tem um vidão, se Deus quiser pela frente.
De posse de meu calibre 38, declaro, "armada e perigosa", rs. Armada de esperança de que as coisas sempre vão melhorar (embora às vezes a gente ache que que piore).
Que idade é como chifre - coisa que colocam na sua cabeça (além do RG)...
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